EUA deixam juros zero para trás

Desde 2018, pela primeira vez, o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) elevou a taxa de juros do país em 0,25%, ou seja, deixou o juro zero para trás. A promessa do governo norte-americano é deixar o valor entre 0,25 e 0,50% ao ano. Conforme previsto, tal medida possui como base um objetivo fundamental: combater a inflação do país que atingiu níveis recordes em fevereiro de 2022, batendo a 7,5%, o maior índice em 40 anos. Devido a crise mundial dos preços de energia e commodities, não tinha como os EUA fugirem da inflação. Dessa forma, os juros também irão sofrer aumentos até 2023.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, já indicava no Congresso há algum tempo sobre a alta do juros, e que definitivamente iria acontecer se a inflação aumentasse. A previsão do Federal Open Market Committee é que os EUA irão registrar em torno de 1,75% a 2% ao ano, com a estimativa de chegar até 3% em 2023. De acordo com Powell, até dezembro de 2022 terão mais seis altas de 0,25 ponto percentual. A alta do juros e da inflação do país norte-americano serve como alerta para a economia mundial. O Brasil acompanha de perto tal contexto e também precisa se movimentar para evitar prejuízos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic, a taxa básica de juros do país, pela nona vez consecutiva. Assim como os EUA, o governo brasileiro busca frear a alta da inflação, que alcançou variações maiores do que em 2015. Dados do IBGE apontam que em 12 meses o Brasil acumulou um aumento de 10,54% de alta dos preços. Portanto, a Selic encontra-se em um momento de alta, e provavelmente seguirá dessa forma ao longo de 2022. Atualmente está em 11,75%, mas o Banco Central prevê encerrar o ano em 12,75%, podendo chegar até 13%.

O Brasil está numa situação econômica bastante delicada. Além da inflação alta, existe muita demanda por emprego para pouca oferta e os preços dos produtos seguem aumentando. Sendo assim, acompanhar o cenário internacional é crucial para os prejuízos não serem maiores. A guerra entre Ucrânia e Rússia, por exemplo, já está gerando consequências severas para o mundo, e o Brasil não fica de fora. Várias commodities estão sofrendo os impactos da guerra e da crise internacional que vem se alastrando. Vai demorar ainda para a inflação se normalizar. O que resta é se prevenir.

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